DESDE 1913, HÁ 111 ANOS O XV DE PIRACICABA É O MAIOR DO INTERIOR PAULISTA!

Mascotes

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As várias faces do Nhô Quim

Edson Rontani Júnior, jornalista

Cícero Correa dos Santos, Miécio Caffé, Nino Borges, Almir Bortolassi, Manolo, Messias Mello… todos eles têm em comum a personificação artística do Nhô Quim, mascote do centenário E. C. XV de Novembro de Piracicaba. O personagem, que completou 70 anos de vida em 2018, acompanha o time desde a conquista da Lei do Acesso, em 1948.

É verdade que a imagem mais conhecida do piracicabano é aquela propagada por 48 anos por meio da pena de Edson Rontani, meu genitor, artista plástico, desenhista e caricaturista falecido em fevereiro de 1997. Mas todos os citados acima também deram sua contribuição ao personagem. Porém, este tão querido caipira andou por outras bandas ao longo destes 70 anos de vida. Circulou pela “Gazeta Esportiva” e pelo semanário “O Governador”, ambos publicados na capital paulista.

A história de criar mascotes surge por meio dos álbuns de figurinhas, já em evidência nos anos 1930. Nino Borges inova ao criar desenhos de jogadores no lugar de fotografias. Isso ocorre no álbum “Balas Futebol”, um ícone do colecionismo, publicado de 1938 a 1960. Foi nesta edição que os mascotes dos principais times ilustraram as páginas. Borges foi escolhido pelo fabricante das balas para desenhar os atletas. Entram em cena, então, as caricaturas que depois personificaram os mascotes, como a baleia ou o peixe do Santos, o mosqueteiro do Corinthians e o papagaio do Palmeiras.

“A Gazeta Esportiva” era o referencial no jornalismo esportivo, numa época em que a televisão ainda não existia no país. Messias Mello, Nino Borges e Miécio Caffé chegaram a dar formas aos mascotes, assim como também ao Nhô Quim, semelhante ao brasileiro que brigava com Getúlio Vargas em outas charges ou igual ao XV de Jaú, também representado, na época, por um caipira com cigarro, chapéu de palha e calça “pula-brejo”. Era o brasileiro caipira, propagado décadas antes por Monteiro Lobato em Urupês, com seu Jeca Tatu, matuto descalço que lutava contra o “amarelão”.

Várias foram as faces de nosso Nhô Quim, muitas desconhecidas da grande maioria, até porque são raros os estudos históricos sobre isso, e também porque os principais veículos de comunicação que divulgavam estas caricaturas perderam-se com o tempo ou estão disponíveis em locais de acesso restrito, como museus, bibliotecas ou centros de estudo. O certo é que o Nhô Quim ainda representa a alma simples do piracicabano, e com muito orgulho!