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Fechando o mês do “Outubro Rosa” em 2024, o XV de Piracicaba lembra que o tema levantado pela campanha, que alerta sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, deve seguir sempre ativo, bem como as histórias de luta de quem superou esse tipo de adversidade. São os casos da revendedora de cosméticos Claudineia de Fátima Mendes Bolívio, que teve sua história contada na última quarta-feira, 30, e da esteticista Angela de Lima.
Ambas são voluntárias da Associação Viva a Vida, que atua há 36 anos em Piracicaba, com o objetivo de proporcionar acolhimento, valorização, autoestima e humanização ao seu público. Desta vez, conheceremos a trajetória de Angela de Lima, que teve início em novembro de 2015, quando, aos 38 anos de idade, começou a sentir fortes dores na mama direita. “Ao passar a mão, notei um nódulo, e fui imediatamente atrás de uma ginecologista, para saber do que se tratava”, recordou.
“Primeiramente, a profissional que me atendeu alegou ser um nódulo d‘água, até mesmo por conta da minha idade na época. Ela me indicou um anti-inflamatório, que tomei por um mês e nada resolveu. Após eu insistir muitas vezes, a médica agendou a biópsia, que indicou um tumor triplo negativo, um dos tipos mais agressivos para a idade. Depois do diagnóstico, fui encaminhada para um mastologista, que imediatamente agendou a minha cirurgia, para 15 de dezembro de 2015”, seguiu.
“Na cirurgia, foi retirado o quadrante da mama direita, juntamente com os linfonodos, para a realização de outro exame. Após um período para me restabelecer da cirurgia, passei por oito ciclos de quimioterapia e 33 sessões de radioterapia. Foi uma fase muito difícil, pois estava lidando com algo totalmente desconhecido para mim. Além disso, o tratamento é extremamente agressivo, e acaba nos deixando sensíveis, fisicamente, mentalmente e esteticamente”, externou Angela.
A esteticista prossegue contando as batalhas que precisou lidar, semelhantes às vividas por Claudineia. “Foi ainda mais doloroso quando precisei raspar o cabelo, porque sempre tive muito apego. Isso abalou um pouco a minha autoestima. Durante a quimio, enfrentei diversas dores, mal-estar, e tive muito medo. Pensava muito na minha filha, que na época estava com dez anos de idade”, disse a voluntária, antes de indicar como foi seu primeiro contato com a Viva a Vida.
“Assim que raspei o cabelo, busquei pela internet o contato de alguma instituição que pudesse me auxiliar nessa questão. A primeira que encontrei foi a Viva a Vida, que logo visitei e fui muito bem acolhida por todas. A Associação me ajudou a superar meus medos. Ver de perto as histórias de superação abriu a minha visão, e foi assim, com o apoio delas e dos meus familiares, que consegui ver de outra forma o processo de cura”, afirmou Angela, com bastante carinho e gratidão.
“Antes mesmo de finalizar a quimioterapia, eu comecei a minha jornada como voluntária, no fim de 2016. Desde então, sigo ajudando, transmitindo segurança e força para as novas mulheres diagnosticadas, que chegam procurando o mesmo apoio que necessitei”, comentou a esteticista, que alerta para a questão da prevenção. “O autoexame frequente e a mamografia uma vez ao ano é de extrema importância. Aconselho à quem notar algo diferente, que busque imediatamente um médico especialista da área”, declarou a voluntária, que, ao lado de Claudineia, estrelou a campanha do “Outubro Rosa” deste ano, do Alvinegro Piracicabano.
“A experiência de atuar nessa ação, que é uma parceria entre a Viva a Vida e o XV de Piracicaba, foi muito importante, para que pudéssemos, mais uma vez, chamar a atenção em relação a esse tema de tamanha relevância, em uma área que talvez não tenha tanto conhecimento referente ao assunto. Além disso, o esporte é uma das ótimas formas de prevenção de doenças, incluindo o câncer de mama. A prevenção ainda é o melhor remédio”, concluiu Angela, sem antes deixar uma mensagem de apoio e esperança para quem passa por adversidades. “Com fé, coragem e resiliência, tudo acaba bem”, finalizou.
Foto de capa: Mariana Kasten